Feira em cidade do interior é uma festa. Uma explosão de cheiros, sabores, sons. Uma delícia. E a feira de Ipirá, apesar de me dizerem que já foi muito melhor, não fugia à regra.
Barracas de tudo o que é coisa. Carneiros amarrados embaixo dos caminhões "paus de arara". Senhoras bem velhinhas, com a pele enrugada que nem açude seco vendendo tapioca. Caminhões de banana sendo descarregados. Aquele povo sofrido da roça que vem uma vez por semana na cidade. Barraca de fumo de corda. De bolachas dura pra caralho, mas deliciosas. Muito legal.
Lá vi garrafas de cachaça de infusão que não via há muito tempo. Milome, Bufo-bufo, incha pé, Cravo. Vi também um prato típico da região, mas que eu não tive coragem de saborear. Eles pegam um fígado de boi, fatiam e colocam na brasa. Só que em cima, eles cobrem com uma peça de gordura. Esteticamente é horrível, mas dizem que é uma delícia. Eu arreguei.
Outro destaque foi o calor. Uma filial do inferno. Um calor do cão. Sorte que tinha uma maquininha de sorvete de Ki-suco (quem tem mais de 25 anos lembra dessas. É uma máquina em que o vendedor coloca várias garrafas de Coca Cola de 1 litro com suco dentro, de cabeça pra baixo e aperta um botão, fabricando o sorvete na hora. São as avós dessas máquinas de casquinha que tem nos shoppings).
Depois de abarrotar o fundo do carro com os diversos produtos vendidos na feira, não esquecendo o requeijão, claro, ficamos eu e Fabio dentro do caixa eletrônico do Banco do Brasil, sentados no chão, tomando sorvete de ki-suco e aproveitando o ar condicionado. Por isso que eu adoro ser correntista do BB.
Enquanto isso, Dona D (a matriarca) e MJ corriam as barraquinhas de roupas da feira.
Voltamos pra casa, almoçamos, descansamos e fomos correr a cidade mais um pouquinho.
Dali à pouco estaríamos pegando o caminho de volta para Salvador.