SE A VIDA LHE DER AS COSTAS, PASSE A MÃO NA BUNDA DELA - PARTE FINAL

Após as despedidas, pegamos a estrada. Um aperto no peito. Adoro viajar. A pior parte é voltar.

Como estávamos perto de Tanquinho de Feira, pensei em dar um pulo por lá para comprar pão de leite e biscoitos “Juraci” que são vendidos na Padaria Santo Antônio, junto com as melhores queijadas que já comi. (espero que Seu Antônio, após saber dessa divulgação num dos blogues mais acessados do país, descole umas cortesias quando eu for lá).

Só que tinha um problema. Geograficamente, Tanquinho fica ao lado de Ipirá, numa distância de uns 40 quilômetros. O problema é que, não tem estrada direta. Você tem rodar 90 quilômetros até Feira de Santana, mais uns 20 quilômetros até o entroncamento de Serrinha e de lá, mais 40 quilômetros até Tanquinho.

Descobrimos uma estrada que ligava as duas cidades em linha reta. Só que a estrada era de terra, passando por dentro de diversas fazendas. Resolvemos pegar,claro. Aí foi que o passeio que já estava bom foi promovido a maravilhoso.

Confesso que no início pensei em desistir, havia muita costela de vaca e o carro trepidava muito, só que mais na frente, a estrada melhorou e a poeira subiu. Poeira mesmo. Eu não enxergava nada pelo retrovisor. Que delícia.

O carro entrava na curva, saía de traseira e eu chamava o bicho de volta. Claro que eu não estava em velocidade muito porque não conhecia o caminho, o carro estava muito pesado e também não era preparado para rali. Mas foi bom demais.

Passamos por alguns vilarejos de duas, três casas. Muita fazenda. Muito gado nelore. Avestruzes, galinhas d´angola, que o miserável do Fabio queria que atropelasse para ele fazer um guisado.

Nos perdemos duas vezes, mas perguntando o caminho, fomos avançando. Ta bom que teve uma hora que já estávamos cansados. Que a brincadeira já estava ficando sem graça. A estrada não acabava e o dia já estava se pondo. Passamos por uma cidade. Jaguara. Cidade de duas ruas e seguimos o caminho.

Continuamos nosso caminho. Nisso, a cerca que margeava toda a estrada some e aparece uma represa. Cara. Coisa linda. Uma lagoa no meio da mata. E o mais legal era a ponte que tínhamos que passar com o carro por cima da represa. Era a conta certinha dos pneus. Mas a ponte era de concreto, senão eu teria dado meia volta. Vamos voltar lá na época das chuvas. Aquela represa transborda e deve ser lindo.

Após muito chão, chegamos por trás do monte de Tanquinho. Um monte lindo. Lá em cima, o Cristo de braços abertos. Claro que nem se compara com o Corcovado, mas eu já estive lá em cima duas vezes e é uma dos visuais mais lindos da Bahia. Na estrada de Ipirá tem uma serra também que é linda demais.

Compramos as coisas e rumamos para Salvador. E a cada quilômetro que nos aproximava da capital, nos fazia sentir mais saudades daqueles dois dias, alías, um dia e meio maravilhosos que passamos.

Uma gandaia maravilhosa, acompanhado de amigos do peito.

O que poderia ser melhor?

Saiam da rotina. Vão viver. Antes que seja tarde demais.

Ah. Quando chegamos na cidade, lembrei a senha do cartão.