HOJE TEM MARMELADA?

Hoje tem marmelada? Tem sim, senhor !!! E no sentido amplo da palavra. É isso que você sente depois que termina a apresentação do Circo Portugal. Como diz o velho deitado, “Se você não tem dinheiro pro Cirque D´Soleil, também não vá pro Circo de Chulé”.

Na chegada, uma boa área de estacionamento. R$ 10 do ingresso promocional e fomos lá.

Entramos na “grande lona” e demos de cara com um circo mal iluminado e sujo por dentro. Faz um calor da porra e olhe que já eram 20hs. Os espectadores sentam em cadeiras de aço, duras pra cacete, biblicamente falando, claro. Tudo bem que não existem mais aquelas arquibancadas de madeira dos circos de antigamente, onde vez ou outra alguém caía lá de cima, mas, após 1 hora e meia de espetáculo, suas nádegas dizem: “quer me f*der, porra?”

A decoração do palco é no pior estilo “Meu brega faliu” e a área do picadeiro é menor que aqueles apartamentos da Construtora Tenda.
Se der fome, melhor que você seja seguidor do Islã e esteja no período de jejum do Ramadã, porque você só tem como opções, pizza brotinho, churros, pipoca, algodão doce e cachorro-quente. E só. Ah. E tudo é R$ 3. Refrigerante? Só morno. Já a maçã do amor aparentemente é gostosa, mas como nossa estagiária, loira e gata, derrubou a que comeríamos, ficamos sem saber. E dar mais R$ 3 em outra maçã? Nananinanão!
Banheiro? É melhor segurar até que você saia do circo e consiga chegar no posto de gasolina em frente. São banheiros químicos imundos, fedorentos e escuros.

Começa o show com um musical mais cafona que novela do SBT. Na verdade são quatro musicais sem pé nem cabeça, dentre eles, um de dança Indiana (com aquelas mesmas danças manjadas da novela “Caminho das Índias”) e dois elefantes, uma tal “Noite da Arábias” com mais dança, desta vez do vente. O ponto alto é quando entra um cara gordo que cospe fogo, numa má vontade da zorra, e no meio disso tudo, dois camelos (aliás, cada um camelo grande da zorra). E no final do espetáculo ainda tem mais um musical, desta vez no estilo americano tão chato e cafona quanto os outros.

Os outros shows são de malabares, acrobacias, palhaços, mágica, uma “Dança das águas” e o Globo da morte. O malabarista e os acrobatas são medianos. Os palhaços são tão sem graça que chegam a dar um constrangimento alheio. O tal show das águas iluminadas perde feio para a fonte da Praça da Sé. Os shows de mágicas são realizadas por um grupo de mulheres lindas e gost... digo, simpáticas, mas que não convencem. A última seqüência de mágicas que mistura caixas, roupas sadomasoquistas e a trilha sonora do filme Titanic na hora em que o navio afunda, dá uma angústia da peste.

Mas antes que você diga que a gente não viu nada que preste, salvam-se a primeira acrobata que se apresenta com duas faixas de um pano azul preso no teto e as meninas dos musicais, que são as mesmas das mágicas e só porque elas são muito bonitas. Os melhor do circo é o “Globo da Morte”. Fantástico e que neste circo tem 6 motos numa apresentação impressionante que salva a noite.