O ABARÁ DE UM QUILO - PARTE FINAL

Como vocês já leram em "O ABARÁ DE UM QUILO - PARTE 1" e "O ABARÁ DE UM QUILO - PARTE 2", fomos averiguar a história de que uma baiana de acarajé na ladeira de São Cristóvão, aquela ladeira que liga a Liberdade ao Largo do Tanque, venderia um abará que pesava um quilo. Na duas vezes anteriores desistimos por causa da demora dela em abrir o estabelecimento (que só acontece depois das 22 horas) e na demora do atendimento, mas ontem voltamos lá. Já era uma questão de honra jornalística saber se realmente existia o tal abará de um quilo e principalmente saber se era gostoso.

Chegamos no local às 23 horas e a fila que aquela hora já tinha diminuido segundo algumas pessoas que estavam desde mais cedo estava em 15 pessoas.
O local é bizarro e o que mais mete medo é um beco que fica ao lado e de onde saem pessoas mal encaradas.
A fila é outra coisa que estressa. Não anda e ainda por cima entram muitas pessoas em sua frente porque são todos vizinhos das redondezas. E quem é doido de dizer nada?

À meia noite na fila ainda faltavam 8 pessoas na nossa frente. Por volta das 00:30 chegou a nossa vez. A baiana pergunta "acarajé ou abará? Pedimos um abará. Ela tira de uma panela enorme um monstro.
Sim, senhoras e senhores. O abará de um quilo existe. É um meteoro amarelado. Você nem acredita. E o acarajé é tão grande quanto, mas um pouco menor.

A baiana vai colocando os complementos. Duas colheres grandes de vatapá, três de carurú, três de salada. Pergunta se queremos com camarão. E tome mais quatro colheres de camarão.
O bicho que já era grande fica enorme. Aquilo na Somália daria pra alimentar uma família inteira.
Mas a pergunta é: pesa um quilo mesmo? Levamos na farmácia do Luso em Plataforma (o único lugar que encontramos aberto àquela hora e que tivesse uma balança digital) e pesou um quilo e duzentos e cinquenta gramas. Na trena deu 21 centímetros de tamanho. Pra se ter uma idéia, colocamos ele ao lado de uma garrafa de refrigerante de 1 litro (foto abaixo) e ele é quase do mesmo tamanho. E quanto custa. Pasmem. R$ 2,50 sem camarão e R$ 3, sem.

Jogamos o bicho nas costas e rumamos para a sede do SIRI CATADO para degustá-lo.
Metade dele ocupa um prato grande duralex (aquele que Carla Perez adora) e ainda falta espaço.
Só que não espere nada de excepcional. Não chega a ser ruim, mas também não é uma delícia celestial. O vatapá é doce demais, o carurú meio sem gosto e o camarão salgado pra caralho. Serve como experiência incomum.

Quem gostou foram os vira-latas que fazem a guarda da nossa sede. Não que o abará fosse tão ruim que fosse pros cachorros, mas é que a equipe comeu e ainda sobrou muito.