BA X VI NO BARRADÃO 3

Jogo rolando. 12 minutos do primeiro tempo. 0 x 0. Sol quente na cara. Sentados atrás do gol que dá pro lado da Sete de Abril, ao lado da BAMOR. Do lado oposto, atrás do gol que fica pro lado da Paralela, a torcida IMBATÍVEIS. Balões, faixas, bandeiras, a bateria tocando e os torcedores com seus gritos de guerra que eram respondidos pela torcida de cá. Uma festa. De repente no topo da arquibancada surge um clarão. As pessoas abrindo espaço rapidamente. Deu pra ver os capacetes brancos da patrulha da PM. De repente alguém cai em cima de outro, que cai em cima de outro e cai em cima de outro. A “onda” foi crescendo pra baixo e pro lado, como uma tsunami de gente, como uma “ola” de cima pra baixo e desceu arrastando o que tinha pela frente. Velhos, novos, homens, mulheres, tambores, bandeiras. Do lado de cá, a única reação imediata foi a de puxar quem estava do lado e apontar pro lado de lá enquanto as pessoas iam caindo. Como uma daquelas exibições de dominós, as pessoas iam descendo e a onda ia se abrindo e levando mais gente só parando lá embaixo, no final da arquibancada, no alambrado. Pela primeira vez, no momento em que o vitória jogava melhor que o Bahia, a IMBATÍVEIS calou. Diversos dos seus componentes foram levados pela onda humana. Desesperados, alguns acenavam do alambrado implorando por socorro aos policiais que estavam no gramado próximos a parede. Nada. Clareiras iam se abrindo e camisas serviam de abano aos desmaiados. Do lado de cá, os que não viram, ou que não se importavam com o acidente, zombavam do silêncio da torcida rival. Após cerca de 20 minutos é que chegou a primeira patrulha da PM. Depois outra e outra. Só depois é que a primeira patrulha dos bombeiros com aqueles macacões laranja entraram na arquibancada e começaram a resgatar os feridos. Graças à Deus ninguém morreu.